O povo brasileiro passa uma imagem perturbadora quando se trata de conhecer seus próprios feitos. Quanto mais eu converso com as pessoas durante o bingo confraternizante do seo Cido, mais me apego a ideia de que as relevantes invenções brasileiras são esquecidas a cada dia que passa.
Não se dá o devido valor, por exemplo, à macarronada pré-cozida congelada, um marco na culinária mundial, sobretudo para homens que moram sozinhos. Para as donas de casa também foi dado uma grande contribuição na hora de preparar o sagrado alimento para a família, o escorredor de arroz, agregando uma peneira a uma pequena bacia, combatendo assim a subnutrição no país. Ainda na área alimentícia temos a apetitosa buchada de bode e um dos mais importantes itens, muito útil a qualquer ser humano, a linha adesiva vermelha abridora de bolachas! É bem verdade que em grande parte das vezes o corte vem errado e de nada adianta, mas quando funciona, ajuda, e muito.
Invenções famigeradas como o relógio de pulso e o avião, ambos de Alberto Santos Dumont, valem a pena serem lembradas sempre, mesmo que até hoje a polêmica controvérsia sobre quem fez o primeiro vôo, Santos Dumont ou Orville Wright, esteja entravada. E podemos também ignorar que a invenção de maior orgulho brasileiro tenha sido realizada na França e não no Brasil, assim como o relógio de pulso, que podemos ignorar mais uma vez o fato de o francês Louis Cartier ter criado o relógio para o Sr. Alberto, vulgo "Betinho Tupiniquim". E por que não aproveitar o embalo e ignorar por último que o relógio de pulso feminino já existia na época? O negócio é comemorar e não pensar nesses detalhes irrelevantes.